Resenha - Harry Potter e a criança amaldiçoada

Imagem usada para divulgação da peça. Fonte: Wikipedia.

Ser convidado a visitar o mundo mágico de Harry Potter mais uma vez é irresistível, não é?

Ano passado a editora Rocco decidiu lançar - em duas versões - o roteiro da peça escrito por Jack Thorne (baseada na série de livros de J.K. Rowling) e dirigida por John Tiffany. Os livros foram colocados à venda nas livrarias em dois formatos: brochura e capa dura. O acabamento está impecável, o cheirinho do livro é maravilhoso e os detalhes em dourado da capa dura são lindos demais!


OK, já falei do acabamento do livro, mas... E a história?


Tudo começa dezenove anos depois do término de "As relíquias da morte", último livro da saga do tão amado bruxo. Na história, Harry Potter é funcionário do Ministério da Magia e o núcleo principal da peça gira em torno de seu filho, Alvo. Para quem ainda não sabe: foi publicado o roteiro da peça e por isso não temos uma
narrativa com detalhes, viagens no psicológico dos personagens... É tudo muito rápido e cheio de ação (e falas, claro!). Esse - grande - detalhe deixou vários leitores bravos, mas afinal... É um roteiro, não uma narrativa.


Quando li, já estava sabendo de alguns pontos da história e de como alguns fãs reclamaram - e ainda reclamam aos ventos como se isso fosse mudar alguma coisa. Um conselho: leia sem julgar o livro pela capa (ou pela opinião de fãs fanáticos, nesse caso). A história não chega perto da magia trazida pelos outros sete livros. Não pelo fato de ser roteiro, não por apresentar personagens diferentes, mas por não ter aquela essência que só J.K.Rowling pode trazer em seus livros. Mesmo assim, gostei muito da leitura e já li duas vezes!


Para não dar spoiler, vou tentar resumir a história sem dar muitos detalhes. Tudo começa quando o filho de Harry, Alvo, começa a achar que não é capaz de ser tão grandioso como o pai - ou coisa assim - aquele drama de adolescente que ser notado, sabe? Então, ele faz algo muito errado: rouba um Vira-Tempo. Entenda que - depois que Voldemort foi derrotado - esses pequenos objetos foram proibidos pelos Ministério da Magia (acho que o motivo é meio óbvio, né?). Harry confisca um que foi de um antigo Comensal da Morte e Alvo acaba colocando as mãos nele. Nessa história toda, o personagem mais chato fica por conta do pai de Cedrico Diggory, Amos Diggory, que tenta convencer Harry a usar um Vira-Tempo para voltar no tempo e salvar o filho no Torneio Tribruxo.


Esse senhor chato tem como zeladora sua sobrinha, Delfi Diggory, que será importanta na história. Além dela, temos como novos personagens os filhos de Hermione e Rony (especialmente a Rose) e o filho de Draco Malfoy, o MARAVILHOSO Escórpio. Sim, ele é demais, é muito fofo e tem umas falas ótimas! Juntos, ele e Alvo vão aprontar muita coisa viajando no tempo para tentar salvar Cedrico (apenas para Alvo mostrar ao pai que é capaz de algo foda, maravilhoso, barroco, supimpa, espetacular...). Enfim, entre passado, presente e realidades alternativas (incluindo uma muito triste e obscura) os garotos acabam fazendo mudanças loucas na linha do tempo de vários personagens. Aqui é legal lembrar que Hermione é Ministra da Magia - na linha do tempo normal, sem nenhum tipo de mudança causada pelos meninos.


A grande questão que fica é: quem é a tal Criança Amaldiçoada?


Bem, é óbvio que não vou comentar isso aqui na resenha e vou deixar para quem quiser ler o roteiro, dividido em duas partes e quatro atos. Além desse resumo (bem resumido, como diria uma antiga professora), várias outras coisas acontecem, outros personagens aparecem e outros nos visitam uma outra vez - sim, eu fiquei super feliz em ver alguém que eu odiava tanto até o sexto livro! Dumbledore aparece na história - como um quadro meio burro que não parece ser tão inteligente como o diretor de Hogwarts realmente foi - e algo que me deixou de boca aberta foi a cena do trem com a senhora que vende doces. Sério, eu não esperava isso dela! NÃO MESMO!


No geral, a história é bem divertida, pode parecer um pouco confusa por falta de detalhes que só estão presentes nas narrativas, mas é um trabalho bom. Há furos na história que não tem como defender, mas nada disso afeta de maneira "forte" a leitura, ao contrário do que os fãs frescurentos estavam esbravando por aí nas redes sociais. Existem algumas cenas que parecem ter sido escritas ou pensadas inteiramente pela J.K.Rowling, talvez pelo modo como foi contado, falas ou pela caracterização dos personagens, não sei explicar, mas dá para sentir que ela esteve MUITO presente naquela parte quando o roteiro estava sendo escrito.


Eu gostei bastante da história e li em poucas horas, é muito divertido. Como disse antes, não leia esperando um livro no estilo dos outros sete, leia sem esperar nada. Leia feliz - assim como eu - por estar de volta nesse mundo mágico.


Aqui na resenha quase não falei dos personagens, certo? Então, deixarei isso para um post específico para não deixar esse tão grande e - é claro - para não dar spoilers.


NOTA: 8.0/10

Comentários