Resenha - Ema, Katia Ribeiro

Basta conhecer minha raiva por John Green para descobrir que detesto romances. Ou será que gosto? Como todos sabem quem ainda não sabe ficará sabendo agora  sou louco por ficção fantástica, mas de vez em quando acabo lendo algum romance, esses que carregam em si, em suas linhas, a verdadeira definição da palavra romance. Devo admitir que alguns já me deixaram satisfeitos, incluindo o livro de estreia de John Green.

E eis que tenho a chance de ler "Ema", escrito por Katia Ribeiro. Assim como eu, Katia é uma autora independente. Admiro esse grupo, pois corremos contra o vento sem ajuda de nenhuma editora (pelo menos no começo). Enfim... Comecei a ler o livro e identifiquei Ema como uma personagem sonhadora, daquelas que possuem sonhos reais, que não fica querendo coisas impossíveis para a vida. Logo, achei que o romance giraria em torno disso, porém as coisas mudaram de um jeito chocante.




[Evitarei entregar o enredo, mas talvez escape alguma coisa.]

Ema e seus primos estão no haras onde passam as festas de fim de ano. É uma ocasião ainda mais especial, pois é o aniversário de Luiz Fernando, que será comemorado com uma grande festa no local. Ema é apaixonada por ele, mas acredita que nunca será notada pelo rapaz; Ema acha que ele a encara apenas como uma amiga. (A tão triste friendzone).

À noite, quando todos estão diante da fogueira, Ema finalmente descobre que seu crush é apaixonado por ela. (Eita! Essa sorte eu não tenho. Magoado...) Com isso, os dois ficam juntos, mas um acontecimento chocante vai varrer a felicidade para longe. Nessa parte, engoli página atrás de página para descobrir o que tinha acontecido. Além disso, fica um grande mistério no ar: quem fez tal coisa? Qual o motivo? Nessa hora o leitor fica atento ao quadro de personagens e já começa a criar seus suspeitos...

Depois disso, Ema continua a vida numa luta psicológica de tirar o fôlego. Sério. Katia sabe (e muito bem) como explorar as emoções de Ema, mostra para seus leitores uma teia de conflitos internos que culmina na jovem tendo problemas na vida social. É impossível não ficar preso nessa teia e ficar torcendo pela garota.

Ema vai para os EUA, passa por várias situações, depois volta. Enquanto isso, o mistério do livro continua palpitando fazendo o leitor implorar por respostas, até que o mundo mostra-se muito pequeno. Pequeno mesmo! Com uma coincidência capaz de fazer parar o coração do leitor, Ema revive tudo que passou, enfrenta o medo de cabeça erguida e então é revelado tudo que aconteceu no passado e o leitor é jogado numa situação complicada: perdoar ou não perdoar?

Claro que essa decisão é de Ema, mas o leitor faz parte de tudo e pode ter opinião também. E esse é um grande ponto alto do livro: nós leitores nos vemos diante de uma questão que faz parte da vida de muitas famílias, que faz parte do mundo real. Os trechos finais trazem uma grande e profunda reflexão.

Com tudo isso, Ema torna-se um dos poucos romances que li e me deixou entusiasmado querendo ler tudo. Recomendo a leitura, pois ela vai prendê-los.

NOTA: 8.5/10

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