Que tal um café? #4


Um assunto polêmico que tira o sono de muito autor brasileiro: falta de espaço no mercado da literatura. Nos dias atuais é possível encontrar nas grandes livrarias obras escritas por brasileiros, mas nem sempre com o destaque que merecem. As prateleiras estão cheias de livros com nomes estrangeiros na capa e são esses que ganham a maior parte do público, até porque muitos são rotulados como "best-sellers" e isso, com certeza, chama atenção.

Tenho vários amigos que se recusam a ler certas obras pelo fato de terem sido escritas por conterrâneos. Acho isso ridículo. Eduardo Spohr, por exemplo, escreve livros ótimos e que são muito melhores que muitos livros "gringos" por aí. Seu grande romance de destaque, "A batalha do Apocalipse", é genial, de tirar o fôlego. Devo confessar que a primeira vez que vi esse livro em uma loja achei que fosse de algum autor estrangeiro e fiquei super contente ao descobrir que era brasileiro.

O preconceito e falta de espaço para nossos textos abrange não só o campo da literatura fantástica, mas também de verdadeiras obras de arte, como "Fogo Morto" (José Lins do Rego). As pessoas acham que esse tipo de livro é "chato, tem de ler porque é obrigatório para o vestibular". Não é nada disso. São livros ótimos, com enredos que prendem e nos fazem viajar, porém a divulgação fica apenas com aqueles livros que possuem elementos que dão dinheiro, geram lucros, ou seja, literatura - muitas vezes - barata e sem valor algum, como Cinquenta Tons de Cinza, por exemplo.

Já passou da hora das editoras que se esforçam tanto para divulgar best-sellers estrangeiros se mexerem para divulgar obras nacionais, tanto de literatura fantástica quanto da realista, romancista, naturalista, etc. Também é hora do preconceito ficar de lado, há tantas histórias aguardando por serem lidas, só falta público.

É hora de valorizar a literatura nacional.

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