"As mentiras que ele conta são enormes. Do tipo que mata crianças."
Sim, meus queridos! Comecei essa resenha com uma frase impactante do livro! O motivo? Bem, só pra mostrar um pouco de como é a atmosfera do livro.
Confesso que quando comecei a ler achei que seria um romance ruim, sem muito sal, nem açúcar, e que não me agradaria, mas me enganei poucas páginas depois. Talvez alguns leitores só sintam isso quando chegarem quase na metade do livro, pois é nessa parte que o mistério e a aventura são realmente percebíveis. A protagonista, Callie, é uma personagem forte, bem construída. Ao mesmo tempo beira entre o "pensamento bobo adolescente" e "pensamentos que envolvem vontade de matar". A autora, Lissa Price, conseguiu fazer nela um reflexo de quem somos, pois quem nunca sentiu vontade de machucar alguém (independente do motivo) e depois se sentiu assustado com tal pensamento? É isso que acontece durante a história, pois (SPOILER, SPOILER, SPOILER!) quando ela descobre que "vai" matar o governador, fica em dúvida, pois ao mesmo tempo quer e não quer fazer isso.
O enredo é simples: no futuro, só sobreviveram crianças, adolescentes e idosos, que podem atingir 150, 200 anos. Os adultos se foram na "Guerra dos Esporos" e menores sem família são caçados e levados para instituições, lugares horríveis, algo bem parecido com um presidiário. Há uma empresa oculta, que aluga corpos de jovens para idosos, há uma troca de consciência, ou seja, os idosos alugam os corpos e passam a viver (por certo tempo) como adolescentes novamente, pois podem ter controle sobre o corpo alugado. Para conseguir dinheiro para cuidar do irmão mais novo doente, Callie aluga-se para a "Prime Destinations" e descobre que eles matam as pessoas e algo incrível acontece: ela e Helena (que alugou o corpo dela) podem se comunicar. Então elas começam (usando sempre o mesmo corpo) a tramar uma vingança contra o banco de corpos.
Eu sei, parece confuso. Mas lendo tudo se encaixa.
Adorei o modo frenético e ao mesmo tempo detalhado como a história é narrada, até porque é do ponto de vista da protagonista. O "romance" é meio conto de fada, mas no final a gente fica chocado ao perceber que tudo foi... Bem, leia pra saber! Os capítulos são compridos e dividem a história perfeitamente e o final não deixou por desejar, é um ótimo que vicia - após ultrapassar o começo meio sem graça.
O grande vilão, chamado de "O Velho" é maligno e novo, não lembro de nenhum outro vilão parecido com ele, e isso é que dá um charme maior para a história, além de haver um delicioso mistério envolvendo a face dele.
Ou seja, o livro é bom e ponto final. Há quem disse que não gostou, mas eu adorei.
Uma nota de 0 a 10? ... 8!
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Eduardo Luiz
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